PARIS - O ombro, que permite matar grandes animais selvagens a uma longa distância lançando pedras ou lanças, pode ter sido um dos maiores sucessos na evolução da espécie humana, sugere um estudo publicado esta quarta-feira (26/6) na revista britânica Nature.
Cientistas interessados nesta parte negligenciada da nossa anatomia, chegaram à conclusão de que o ombro é o elemento chave da mecânica do arremesso, tendo se desenvolvido há aproximadamente dois milhões de anos para permitir que os nossos antepassados abatessem suas presas com armas de lançamento.
Para analisar sua funcionalidade, os biólogos da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, utilizaram uma câmera 3D de alta velocidade para filmar os jogadores de beisebol lançando uma bola.
A modelagem digital a partir dos dados recolhidos mostram que o ombro atua como um estilingue poderoso, que armazena energia para liberá-la acentuadamente durante o lançamento.
"Quando as pessoas jogam alguma coisa, elas começam por girar seus braços para trás em relação ao alvo", explicou Neil Roach, do centro de estudos de paleobiologia da universidade.
"É durante esta fase, quando se ;arma o braço;, que os seres humanos distendem os tendões e ligamentos que cercam o ombro e armazenam energia elástica", disse.
"Quando essa energia é liberada, ela acelera o braço para a frente, gerando o movimento mais rápido que o corpo humano é capaz, o que produz um lançamento muito rápido", resumiu o pesquisador.
Neil Roach e sua equipe analisaram a evolução desta bela mecânica biológica.
As principais características atuais do ombro, braço e tronco apareceram no ;Homo erectus;, o antecessor do ;Homo sapiens;, há cerca de dois milhões de anos.
Quanto aos seres humanos e aos chimpanzés, acredita-se que tenham traçado caminhos diferentes há seis milhões de anos. Os chimpanzés, os primatas mais próximos do homem, desenvolveram uma força e capacidades atléticas muito superiores às nossas, mas sua capacidade de lançar não se aproxima da de uma criança humana.
A evolução do ombro humano seria um dos fatores que explicariam como o ;Homo erectus;, lento e fraco, desprovido de armas naturais, como garras ou presas, foi capaz de sobreviver em um ambiente hostil.
Apesar destas desvantagens físicas, nossos ancestrais já comiam carne há 2,6 milhões de anos, e eles provavelmente já caçavam animais de grande porte há quase dois milhões de anos, com base nos fósseis descobertos até o momento.
"Mesmo que os caçadores-coletores contemporâneos raramente utilizem armas de lançamento para matar sua presa, os primeiros hominídeos provavelmente precisavam frequentemente lançar projéteis para obter e defender as carcaças de animais caçados", destacou o estudo.
Jogar uma pedra ou lançar uma vara afiada era provavelmente muito mais eficaz e menos perigoso como meio de matar uma presa do que tentar capturá-la em um combate direto. E esta fonte de proteína era particularmente bem-vinda para o nosso cérebro, grande consumidor de energia.
"Comer carne rica em calorias e em gordura permitiu a nossos ancestrais desenvolver cérebros e corpos maiores, e assim colonizar novas regiões. Tudo isso ajudou a nos transformar no que somos hoje", concluiu Roach.
Cientistas interessados nesta parte negligenciada da nossa anatomia, chegaram à conclusão de que o ombro é o elemento chave da mecânica do arremesso, tendo se desenvolvido há aproximadamente dois milhões de anos para permitir que os nossos antepassados abatessem suas presas com armas de lançamento.
Para analisar sua funcionalidade, os biólogos da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, utilizaram uma câmera 3D de alta velocidade para filmar os jogadores de beisebol lançando uma bola.
A modelagem digital a partir dos dados recolhidos mostram que o ombro atua como um estilingue poderoso, que armazena energia para liberá-la acentuadamente durante o lançamento.
"Quando as pessoas jogam alguma coisa, elas começam por girar seus braços para trás em relação ao alvo", explicou Neil Roach, do centro de estudos de paleobiologia da universidade.
"É durante esta fase, quando se ;arma o braço;, que os seres humanos distendem os tendões e ligamentos que cercam o ombro e armazenam energia elástica", disse.
"Quando essa energia é liberada, ela acelera o braço para a frente, gerando o movimento mais rápido que o corpo humano é capaz, o que produz um lançamento muito rápido", resumiu o pesquisador.
Neil Roach e sua equipe analisaram a evolução desta bela mecânica biológica.
As principais características atuais do ombro, braço e tronco apareceram no ;Homo erectus;, o antecessor do ;Homo sapiens;, há cerca de dois milhões de anos.
Quanto aos seres humanos e aos chimpanzés, acredita-se que tenham traçado caminhos diferentes há seis milhões de anos. Os chimpanzés, os primatas mais próximos do homem, desenvolveram uma força e capacidades atléticas muito superiores às nossas, mas sua capacidade de lançar não se aproxima da de uma criança humana.
A evolução do ombro humano seria um dos fatores que explicariam como o ;Homo erectus;, lento e fraco, desprovido de armas naturais, como garras ou presas, foi capaz de sobreviver em um ambiente hostil.
Apesar destas desvantagens físicas, nossos ancestrais já comiam carne há 2,6 milhões de anos, e eles provavelmente já caçavam animais de grande porte há quase dois milhões de anos, com base nos fósseis descobertos até o momento.
"Mesmo que os caçadores-coletores contemporâneos raramente utilizem armas de lançamento para matar sua presa, os primeiros hominídeos provavelmente precisavam frequentemente lançar projéteis para obter e defender as carcaças de animais caçados", destacou o estudo.
Jogar uma pedra ou lançar uma vara afiada era provavelmente muito mais eficaz e menos perigoso como meio de matar uma presa do que tentar capturá-la em um combate direto. E esta fonte de proteína era particularmente bem-vinda para o nosso cérebro, grande consumidor de energia.
"Comer carne rica em calorias e em gordura permitiu a nossos ancestrais desenvolver cérebros e corpos maiores, e assim colonizar novas regiões. Tudo isso ajudou a nos transformar no que somos hoje", concluiu Roach.