O tamanho de uma estrutura genética das células formadoras do ducto mamário pode ser a explicação para a origem do câncer de mama. A conclusão foi publicada ontem em um artigo na primeira edição da revista científica Stem Cell Reports. O grupo de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, analisou amostras do tecido mamário de 37 voluntárias e descobriu que, em comum, as células-mãe luminais presentes neles ; estruturas que vão originar o ducto mamário ; têm as extremidades dos cromossomas muito curtas, fazendo com que elas fiquem mais propensas a se tornarem cancerígenas. Os dados trazem novas e importantes informações sobre a origem do câncer de mama, mas, segundo especialistas, ainda demorará para que, a partir deles, se tenha uma aplicação clínica relevante para o diagnóstico ou o tratamento da doença.
No início dos estudos, os pesquisadores tinham como principal objetivo identificar, em mulheres saudáveis, quais seriam as células mais propensas a originar o câncer de mama. Para isso, reuniram amostras de tecido mamário de 37 mulheres submetidas à cirurgia de redução de mamas por motivos estéticos. Ao analisar os elementos moleculares de quatro subgrupos celulares, os pesquisadores se surpreenderam com os resultados de um conjunto específico, as células-mãe luminais, que se diferenciam em um subtipo mais específico que formará o ducto mamário. Como em qualquer célula normal, o material genético das células-mãe luminais é composto por 46 cromossomos, sendo dois deles sexuais (XX ou XY).