Sem acrescentar outro fator de risco, uma em cada em 10 mulheres terá câncer de mama antes de chegar aos 70 anos de idade, segundo Dominique Stoppa-Lyonnet, chefe do serviço de genética oncológica do Instituto Curie de Paris. As mutações aumentam o risco da doença em 65% (caso seja no BRCA1) e 45% (caso seja no BRCA2). Além disso, nas mulheres com a alteração genética, o surgimento do câncer de mama costuma ser antecipado ; cai para 45 anos ;, o desenvolvimento do tumor é geralmente mais rápido e há maior taxa de reincidência.
;Optar por uma retirada preventiva das mamas é uma decisão dolorosa para mulheres como Angelina, mas sabemos que é uma forma fundamental de salvar vidas;, analisa Delyth Morgan, diretora da campanha britânica contra o câncer de mama. Soraya Zhouri, mastologista e professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG), enfatiza que essa decisão é recomendada em casos selecionados, quando há o gene na família e nos parentes de primeiro grau. ;Esse procedimento teve um boom no início da década de 1980, quando houve certo apavoramento das americanas. Mais tarde, ao se constatar que por mais que se retire a glândula vão ficar 5% de tecido glandular, o ímpeto diminuiu porque viu-se que a intervenção não é 100% segura.;