Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Brasil reúne 130 mil pesquisadores que recebem pouco, mas amam o trabalho

Pulamos de 21 mil pesquisadores em 2003 para 128 mil em 2010, sendo 63% deles doutores



T.F.R. tem a mesma idade de Menezes. Mas sua trajetória profissional foi diferente: passou por três cursos de graduação distintos, em cinco faculdades. Não concluiu nenhum. Hoje, faz relacionamento com investidores em uma multinacional e, para chegar a um cargo gerencial, concluiu o curso de administração a distância, única forma de conciliar o estudo com as constantes viagens internacionais. É um jovem expoente em sua área, sendo disputado por grandes grupos. Seu salário é de R$ 14 mil.
Dois jovens, dois futuros brilhantes, mas apenas um deles produz inovação e seria capaz de mudar mazelas da população com seu trabalho. Mesmo ganhando menos, Gustavo Menezes está no rol de alguns dos milhares de pesquisadores brasileiros dispostos a contribuir para o curso da humanidade. Em seu laboratório de imunobiofotônica, parte da estrutura do Grupo de Imunofarmacologia da UFMG, ele usa células fluorescentes em animais geneticamente modificados para acompanhar a resposta imunológica do organismo para doenças hepáticas. Tem publicado artigos em importantes revistas científicas mundiais, à custa de muito esforço. E paixão.