Oslo - O Oceano Ártico está sofrendo uma rápida acidificação devido às emissões de CO2, um fenômeno que ameaça o frágil ecossistema da região, advertiram os cientistas nesta segunda-feira (6/5).
A acidez das águas do planeta aumentou 30% desde o início da era industrial, alcançando um nível não igualado nos últimos 55 milhões de anos, lembraram os participantes em uma conferência internacional sobre a acidificação dos oceanos reunidos em Bergen (sudoeste da Noruega).
[SAIBAMAIS]O oceano Ártico é mais vulnerável que outros porque as águas frias absorvem mais CO2 e porque recebe a água doce proveniente dos rios e do degelo, o que o torna menos apto a neutralizar quimicamente a capacidade de tornar ácido o dióxido de carbono.
Além disso, o crescente degelo durante o verão deixa descobertas superfícies marinhas cada vez maiores, que contribuem para esta absorção. No mar da Islândia e no mar de Barents, o PH (potencial hidrogeniônico) diminuiu cerca de 0,02 por década desde o fim dos anos 1960.
Ainda que as emissões de CO2 se detivessem hoje, dezenas de milhares de anos serão necessários antes que os oceanos alcancem novamente seu nível de acidez anterior à era industrial de dois séculos atrás, segundo o pesquisador norueguês Richard Bellerby, principal autor de um relatório científico sobre este tema.
Ainda pouco conhecida e de impacto desigual, de acordo com as diferentes áreas, inclusive no interior da única região do Ártico, a acidificação coloca em risco os corais, os moluscos e outros organismos com concha, como a "borboleta-do-mar" (pterópode), cuja capacidade de calcificação se vê alterada.
Algumas espécies como os ofiuroides, organismos marinhos parecidos com as estrelas do mar, estão diretamente ameaças de extinção, e os depósitos de pescado também podem ser afetados. Em consequência, estão em jogo a pesca tradicional, o turismo ou o modo de vida das populações autóctones.
No entanto, outras espécies podem tirar proveito desta acidificação crescente, observam os cientistas. "A incerteza não é uma desculpa para a inação", considerou Sam Dupont, da Universidade de Gotemburgo (Suécia).
Os cientistas convocaram a colocar novamente a luta contra as mudanças climáticas no centro das prioridades políticas e lamentaram que tenha ela sido ofuscada pela crise econômica. "Temos que olhar para além desta crise bancária", disse Carol Turley, do Laboratório de Estudos Marinhos de Plymouth (Grã-Bretanha).
A acidez das águas do planeta aumentou 30% desde o início da era industrial, alcançando um nível não igualado nos últimos 55 milhões de anos, lembraram os participantes em uma conferência internacional sobre a acidificação dos oceanos reunidos em Bergen (sudoeste da Noruega).
[SAIBAMAIS]O oceano Ártico é mais vulnerável que outros porque as águas frias absorvem mais CO2 e porque recebe a água doce proveniente dos rios e do degelo, o que o torna menos apto a neutralizar quimicamente a capacidade de tornar ácido o dióxido de carbono.
Além disso, o crescente degelo durante o verão deixa descobertas superfícies marinhas cada vez maiores, que contribuem para esta absorção. No mar da Islândia e no mar de Barents, o PH (potencial hidrogeniônico) diminuiu cerca de 0,02 por década desde o fim dos anos 1960.
Ainda que as emissões de CO2 se detivessem hoje, dezenas de milhares de anos serão necessários antes que os oceanos alcancem novamente seu nível de acidez anterior à era industrial de dois séculos atrás, segundo o pesquisador norueguês Richard Bellerby, principal autor de um relatório científico sobre este tema.
Ainda pouco conhecida e de impacto desigual, de acordo com as diferentes áreas, inclusive no interior da única região do Ártico, a acidificação coloca em risco os corais, os moluscos e outros organismos com concha, como a "borboleta-do-mar" (pterópode), cuja capacidade de calcificação se vê alterada.
Algumas espécies como os ofiuroides, organismos marinhos parecidos com as estrelas do mar, estão diretamente ameaças de extinção, e os depósitos de pescado também podem ser afetados. Em consequência, estão em jogo a pesca tradicional, o turismo ou o modo de vida das populações autóctones.
No entanto, outras espécies podem tirar proveito desta acidificação crescente, observam os cientistas. "A incerteza não é uma desculpa para a inação", considerou Sam Dupont, da Universidade de Gotemburgo (Suécia).
Os cientistas convocaram a colocar novamente a luta contra as mudanças climáticas no centro das prioridades políticas e lamentaram que tenha ela sido ofuscada pela crise econômica. "Temos que olhar para além desta crise bancária", disse Carol Turley, do Laboratório de Estudos Marinhos de Plymouth (Grã-Bretanha).