No fim dos anos de 1990, o surgimento dos antirretrovirais revolucionou o tratamento e a qualidade de vida das pessoas com a síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids. Ao utilizar uma combinação de três ou mais medicamentos de classes distintas, a terapia é capaz de interromper a replicação do vírus da imunodeficiência humana (HIV), permitindo, assim, a recuperação do sistema imune de seu portador. Apesar dos inegáveis benefícios, ainda hoje não existe um levantamento completo que quantifique e analise as diversas mudanças positivas da implementação dos medicamentos. Além disso, não é raro encontrar argumentos que questionem o alto custo do tratamento para os cofres públicos.
Após mais de 10 anos de estudo, pesquisadores da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, muniram-se de diversas evidências para provar as vantagens do tratamento, incluindo a possibilidade de o uso deles reverter a epidemia do HIV no mundo. A partir do acompanhamento de diversos casais de KwaZulu-Natal sorodiscordantes ; em que somente uma das pessoas é HIV positivo ;, os cientistas constataram pela primeira vez que as pessoas que ingerem os medicamentos reduzem em 96% a probabilidade de transmitir o vírus da Aids aos seus parceiros não infectados.