Trocar o coquetel de antirretrovirais, que causa vários desconfortos colaterais, por uma injeção que não cure a Aids, mas garanta um tratamento menos incômodo. Essa é a proposta dos testes clínicos que começarão a ser desenvolvidos em Marselha, no sul da França, no próximo mês. Quarenta e oito voluntários participarão do experimento, que deve durar cerca de dois anos. Em nota, a Assistência Pública dos Hospitais de Marselha ressaltou que a eficácia da vacina foi demonstrada em experimentos feitos in vitro e em macacos. A nova etapa com humanos, autorizada pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento no último dia 24, vai identificar, entre outros fatores, se há contraindicações e a dose mais adequada do medicamento.
A vacina, desenvolvida pelo laboratório de biologia estrutural dirigido por Erwann Loret, contém um princípio ativo que atua sobre a proteína Tat, que exerce papel importante no ciclo de replicação do vírus HIV. Nos soropositivos, essa proteína, segundo Loret, funciona como um ;guarda-costas das células infectadas;. Por conta da ação dela, o organismo não consegue reconhecer e neutralizar as estruturas infectadas. A intenção da vacina é justamente impedir essa blindagem. Os primeiros esboços de resultados são esperados para julho deste ano.