Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Projetos Grafeno e Cérebro Humano disputam prêmios bilionários

Os projetos terão a chance de disputar um financiamento de até 2 bilhões de euros (US$ 2,68 bilhões), o maior prêmio deste tipo na história

Bruxelas - Pesquisas sobre o grafeno, um material super resistente, e a neuroquímica do cérebro humano terão a chance de disputar um financiamento de até 2 bilhões de euros (US$ 2,68 bilhões), o maior prêmio deste tipo na história, informou a Comissão Europeia nesta segunda-feira (28/1).

As duas áreas são beneficiárias do programa Tecnologias Emergentes e do Futuro (FET), descrito como um "Fator X para a Ciência", cujos ganhadores são escolhidos por cientistas de ponta, um ganhador do prêmio Nobel e industriais.

A cifra, que chega a um bilhão de euros por iniciativa, será alocada ao longo de 10 anos, informou a Comissão.

Os ganhadores receberão até 54 milhões de euros da Comissão este ano, enquanto "o financiamento futuro virá de programas quadro de pesquisas da UE subsequentes e parceiros privados, inclusive universidades, estados-membros e indústria", informou o executivo da União Europeia em um comunicado de imprensa.

A UE deve fornecer a metade do financiamento total e o restante ficará a cargo de governos, nacionais, indústrias e apoiadores privados.

O grafeno, descoberto há menos de uma década, é uma chapa de carbono com a espessura de um átomo.

Considera-se que o material teráa um enorme potencial, com condutividades superior, resistência mecânica e pureza óptica do que outros. É apontado como o possível substituto do silício em muitos usos.

Descrito por Neelie Kroers, vice-presidente da Comissão como um "material revolucionário (produzido) usando-se apenas um lápis e uma fita adesiva", o grafeno agora "está em vias de criar uma nova indústria", afirmou.

O Projeto Cérebro Humano, por sua vez, visa a simular as células, a química e a conectividade do cérebro em um supercomputador, com o objetivo de compreender melhor as funções e o desenvolvimento cerebrais.

A esperança é encontrar novos tratamentos para doenças no cérebro, como o mal de Alzheimer, e reforçar a computação por "inteligência artificial".



"A posição da Europa como uma superpotência do conhecimento depende em pensar o impensável e explorar as melhores ideias", afirmou Kroes.

"Esta competição multibilionária premia avanços científicos locais e demonstra que quando somos ambiciosos, podemos desenvolver a melhor pesquisa na Europa", acrescentou.