Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

EUA querem aumentar proteção de cinco espécies de tubarões ameaçadas

A iniciativa será apresentada em março durante a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Risco de Extinção, em Bangcoc

Washington - Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (25/1) que apoiarão propostas internacionais que tratem de restringir o comércio internacional de cinco espécies de tubarões ameaçados e da raia manta.

Estas iniciativas serão apresentadas em março próximo durante uma conferência em Bangcoc, no âmbito da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Risco de Extinção (CITES, na sigla em inglês), afirmou Dan Ashe, diretor do serviço americano de pesca (US Fish and Wildlife Service, em inglês).

As populações de cinco espécies de tubarões - tubarão sardo ("Lamna nasus"), tubarão-martelo ("Sphyrna spp."), grande tubarão-martelo ("Sphyrna mokarran"), tubarão-martelo-liso ("Sphyrna zygaena") e galha-branca-oceânico ("Carcharhinus longimanus") - estão em declínio devido à forte demanda, sobretudo na Ásia, por suas barbatanas, utilizadas em sopas e produtos medicinais. Quanto à raia manta, a espécie está ameaçada devido à alta demanda por suas brânquias.

"A pesca excessiva de tubarões e de raia manta suscita uma inquietação cada vez maior há décadas", revelou Dan Ashe, que chefiará a delegação americana na conferência de Bangcoc.

"Pensamos que a CITES é um bom meio para responder às ameaças suscitadas pelo comércio internacional de tubarões e de outras espécies marinhas", acrescentou Ashe em um comunicado.


Os Estados Unidos proporão, em conjunto com Brasil e Colômbia, uma maior proteção para o galha-branca e apoiarão as propostas de outros países com o objetivo de limitar o comércio de quatro espécies de tubarões, assim como de raia manta.

Estas propostas devem ser acolhidas por dois terços dos países-membros da CITES.

"Os tubarões e as raias mantas são extremamente importantes para os ecossistemas oceânicos", destacou Sam Rauch, administrador adjunto interino do serviço de pesca da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

"A proteção mundial oferecida pela CITES a estas espécies se somará às medidas de proteção adotadas regionalmente e as ajudarão em sua sobrevivência", acrescentou.

A convenção foi assinada por 177 países e, atualmente, oferece proteção a cerca de 34 mil espécies ao redor do mundo.