Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Tumor maligno na próstata evolui lentamente, mas pode matar 65% dos doentes

Em 1997, a então deputada federal Telma de Souza (PT-SP) subiu à tribuna para defender a criação da semana nacional de combate e prevenção ao câncer de próstata. O projeto de lei foi motivo de risadas e chacotas por parte dos mais de 500 colegas. ;Eu vi aquele monte de cara brincando, fazendo gestos. Isso porque eles não imaginavam que um a cada seis dos 500 deputados ali provavelmente teriam a doença;, lembra Gláucio Soares. Professor de sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Soares foi ao Congresso a pedido da parlamentar. Na época, enfrentava o mesmo câncer havia dois anos.

Como já tinha um histórico da doença na família, Gláucio fez os exames para a detecção precoce do mal. Ainda assim, teve a glândula retirada e foi submetido a sessões de radioterapia. ;Nesse momento, me dei conta de que não sabia nada sobre o câncer que ia me matar. Fiquei pensando no tamanho da população brasileira que não sabe nem se a próstata está na região genital ou no cérebro;, conta. O Instituto Nacional de Câncer estima que 60.180 casos de câncer de próstata surgiram no ano passado, sendo 900 deles somente no Distrito Federal.