<img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2012/12/27/341211/20121227083823376819u.jpg" alt="Irina Georgieva Bokova lembra que a cultura do continente influenciou povos de todo o planeta" /><br /><em>Desde setembro de 2009, cabe à búlgara Irina Georgieva Bokova a tarefa de conciliar diferentes interesses e visões sobre ciência, cultura e educação. Primeira mulher e primeira pessoa nascida na Europa Oriental a ocupar o cargo de diretora-geral da Unesco, organização ligada às Nações Unidas que agrega 195 países-membros, ela comandará as ações da Década para as Pessoas de Ascendência Africana, declarada pela ONU entre 2013 e 2022.<br /><br />Às vésperas do início da celebração, Irina falou com exclusividade ao Correio. Segundo ela, a trágica experiência da escravidão fez com que o continente africano fosse o primeiro a experimentar um processo de globalização e moldou preconceitos e sentimentos depreciativos que ainda subjugam os negros. ;Apesar de o comércio de escravos e a escravidão já não serem tolerados, alguns conceitos produzidos por esse sistema estão, hoje, infelizmente, ainda vivos. Por essa razão, a luta contra o racismo e contra a discriminação em muitas regiões do mundo continua a ser um enorme desafio;, diz.</em><br /><br /><em>Casada e com dois filhos, Irina, que militou no Partido Comunista de seu país, foi deputada federal, membro do Comitê de Integração da Europa e embaixadora em Mônaco e na França. Há três anos, ocupa a cadeira deixada pelo japonês Koichiro Matsuura na Unesco. Ela, agora, pretende ampliar a importância que o mundo dá à história africana, mudando o enfoque colonialista que costuma receber. ;Gostaria de felicitar o governo do Brasil por tornar o ensino de história da África obrigatória em todos os níveis de ensino;, ressalta. A seguir, os principais trechos da entrevista.</em><br /><br /><strong>Apenas 86 dos 962 sítios do Patrimônio Mundial estão localizados na África, enquanto a Europa acolhe sozinha quase 50% desses locais reconhecidos como de especial valor. Essa não seria uma distorção na própria instituição que deveria trabalhar para a promoção da diversidade cultural?</strong><br />É verdade que dos 962 sítios do Patrimônio Mundial apenas 9% estão localizados na África sub-saariana. Acredito que estamos fazendo tudo o que podemos fazer para atingir um maior equilíbrio. No entanto, devo salientar que a decisão de nomear locais cabe inteiramente aos Estados-parte. Muitos governos africanos simplesmente não têm recursos humanos e financeiros para realizar o longo e complexo processo de preparação do dossiê de candidatura. A Unesco está empenhada em apoiá-los nesse processo. Inscrever um lugar na lista do Patrimônio Mundial traz grandes ganhos em termos de aumento de orgulho nacional, de identidade e também de bem-estar social das comunidades locais. Estamos fazendo progressos. Desde 2002, mais oito países africanos ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial.<br /><br /><strong>A Unesco tem, portanto, um papel institucional a cumprir nessa questão.</strong><br />A Unesco tem uma posição clara e forte: a proteção e a promoção da cultura africana é importante para todas as sociedades, mas também pode servir como um motor para o desenvolvimento sustentável. Desde meados dos anos 1990, numerosas iniciativas de capacitação foram lançadas no campo de Patrimônio Mundial. O nosso objetivo é atingir uma representação mais equilibrada global, incluindo a África, por meio da identificação de novas categorias de sítios e treinamento de profissionais africanos na área do Patrimônio Mundial.<br /><br /><a href="http://publica.correiobraziliense.com.br/app/noticia/#h2href:{%22titulo%22:%22Pagina:%20capa%20ciencia%20e%20saude%22,%22link%22:%22%22,%22pagina%22:%2269%22,%22id_site%22:%2233%22,%22modulo%22:{%22schema%22:%22%22,%22id_pk%22:%22%22,%22icon%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22id_treeapp%22:%22%22,%22titulo%22:%22%22,%22id_site_origem%22:%22%22,%22id_tree_origem%22:%22%22},%22rss%22:{%22schema%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22},%22opcoes%22:{%22abrir%22:%22_self%22,%22largura%22:%22%22,%22altura%22:%22%22,%22center%22:%22%22,%22scroll%22:%22%22,%22origem%22:%22%22}}">Leia mais notícias em Ciência</a><br /><br /><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2012/12/27/341211/20121227083804813976i.jpg" alt="" />