Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisa americana liga autismo à poluição do ar

Alergia, bronquite e asma são alguns dos males relacionados à baixa qualidade do ar. A poluição, porém, não afeta apenas o trato respiratório. De acordo com um estudo publicado no jornal Archives of General Psychiatry, da Associação Médica Americana, as partículas tóxicas também podem estar por trás de um distúrbio que afeta cinco em cada 10 mil crianças: o autismo. Os autores afirmam que, ao inalar o dióxido de nitrogênio emitido principalmente por veículos, mulheres grávidas correm mais riscos de darem à luz bebês com o problema.

O autismo não é uma única doença, mas um conjunto de condições caracterizadas por deficiências nas relações sociais, na linguagem, no comportamento e, eventualmente, na inteligência. Há até pouco tempo, acreditava-se que a genética seria responsável por 90% dos casos, mas estudos recentes mostram que fatores ambientais desempenham um papel maior do que o imaginado. Uma pesquisa financiada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, por exemplo, constatou que até 55% das ocorrências não estão associadas aos genes, mas à exposição a agentes químicos e tóxicos.