Durante quatro anos, de 2007 a 2011, a bióloga Cristiane C;sar estudou a comunicação entre grupos de macacos-guigós (Callicedus nigrifrons), concluindo que a espécie tem a habilidade da comunicação referencial bastante elaborada. Trata-se da primeira pesquisa do gênero realizada com a espécie. De acordo com a pesquisadora, atualmente pós-doutoranda na PUC Minas, em Belo Horizonte, essa forma de comunicação é a capacidade de o animal produzir uma vocalização específica como uma resposta para determinadas situações e ser compreendido pelos outros indivíduos da mesma espécie. No caso desse estudo, foi identificada a vocalização emitida pelos guigós quando em contato com diferentes predadores.
A pesquisa indica que esse macaco produz sons diferentes para alertar seu grupo quando há ameaça de um predador aéreo (como uma águia) ou terrestre (onça, por exemplo). ;Além de avaliar a capacidade cognitiva do animal, esses resultados mostram que alguns aspectos da linguagem humana ; como, por exemplo, a produção e a percepção vocal ; ocorrem em outro espécime e podem aumentar o entendimento sobre a evolução da nossa linguagem;, avalia C;sar, que realizou a investigação para a conclusão de seu doutorado pela Universidade Saint Andrews, na Escócia.