A 18; Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP18), que ocorreu ao longo das duas últimas semanas, no Catar, foi marcada pela forte cisão entre os Estados Unidos, maior poluidor do planeta, e os demais países. Enquanto todos pareciam concordar sobre a necessidade de se prorrogar o Protocolo de Kyoto ; mesmo com divergências em alguns detalhes ; os americanos insistiam que o estabelecimento de metas para combater as mudanças do clima não deveria ocorrer. Passada a hora prevista para o encerramento da cúpula realizada pela Organização das Nações Unidas, um documento que reunisse as principais conclusões do encontro parecia longe de ser finalizado.
A noite já avançava em Doha, cidade sede da COP18, quando ainda sobravam críticas e faltava ação. O vice-primeiro-ministro do Qatar, Abdullah al-Attiyah, presidente da conferência, foi irônico. ;Eu não tenho pressa. Minha casa fica a apenas 10 minutos de carro;, disse, numa tentativa de chamar os 194 países presentes para o diálogo. ;Desde esta manhã, não avançamos muito;, lamentou o ministro francês do Desenvolvimento, Pascal Canfin. O ministro alemão do Meio Ambiente, Peter Altmaier, previu que as negociações avançariam ;noite adentro;. Ele estava certo. Até o fechamento desta edição, quando já eram 3h de hoje pelo horário do Catar, a tentativa de produzir um documento prosseguia, e o conteúdo final do que seria acordado era imprevisível.