Há quem diga que um é pouco, dois é bom, mas três é demais. Uma pesquisa divulgada na edição de hoje da revista científica Nature mostra que, pelo menos no que diz respeito às estrelas, a máxima é mais do que verdadeira. Depois de realizarem uma sequência de simulações de computador, cientistas dos Estados Unidos e da Finlândia concluíram que os sistemas binários ; aqueles em que há a interação de duas estrelas ; podem surgir a partir de formações mais complexas, com pelo menos três estrelas. A descoberta ajudaria a entender por que os conjuntos estelares duplos são tão recorrentes, e aqueles formados por apenas uma ; caso do Sol ; ou por três ou mais estrelas são raros.
É justamente a alta complexidade da coexistência na mesma região de dois astros que torna essa situação tão frequente no Cosmos. ;A maioria das estrelas são inicialmente formadas em pequenos e compactos sistemas com duas, três ou até mais delas no centro de um núcleo;, explica Bo Reipurth, da Universidade do Havaí, um dos autores do estudo. ;Quando mais de duas estão juntas em um pequeno espaço, elas gravitacionalmente puxam umas às outras em uma dança caótica, na qual o corpo mais leve é muitas vezes expulso;, completa o especialista.