Belo Horizonte ; Garantir qualidade de vida aos pacientes de câncer durante o tratamento de tumores. Essa é a proposta de um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que há quase 20 anos trabalha na busca de um processo de cura que destrua as células doentes e afete o mínimo possível as saudáveis. A expectativa é levar ao mercado um medicamento que combata a doença sem efeitos colaterais, como náuseas, perda de apetite, queda de cabelo ou fraqueza. Nessa etapa, os pesquisadores avaliam se as moléculas sintetizadas em laboratório conseguem agir de forma segura e eficiente. Eles planejam iniciar os testes em camundongos ainda neste ano.
Um dos diferenciais do estudo desenvolvido é que a equipe de pesquisadores tem trabalhado com compostos metálicos ; em especial moléculas que têm átomos de platina, paládio ou ouro. ;Essas moléculas são geralmente baseadas em outras já com atividade conhecida, como a cisplatina (usada no tratamento do câncer há mais de 40 anos), antibióticos, antiparasitários ou até mesmo um pequeno fragmento das próprias moléculas. Nosso trabalho visa ao desenvolvimento de moléculas (não disponíveis na natureza) que tenham atividade promissora contra o câncer;, diz Heveline Silva, orientadora do grupo e professora do Departamento de Química da universidade.