Em Doha, serão esboçadas as bases desse acordo. "Trata-se de uma conferência de uma importância vital", declarou, por sua parte, seu presidente, o vice-primeiro-ministro do Qatar, Abdullah Al Atiya. "Devemos trabalhar seriamente durante as próximas duas semanas (...), mostrar flexibilidade e não perder tempo com questões paralelas (...) para conseguir um acordo sobre o ato II do Protocolo de Kyoto", acrescentou.
100 bilhões de dólares
A assinatura de um segundo período de compromisso de Kyoto, depois da expiração do primeiro, no final de 2012, é um dos grandes temas, embora tenha um alcance apenas simbólico. Seu princípio foi decidido em Durban (África do Sul), no final de 2011. Em Doha, os países deverão ficar de acordo sobre a duração de Kyoto 2 e seus objetivos de redução dos GEI.
Mas Kyoto 2 poderá ficar limitado a 15% das emissões de GEI mundiais ; as da União Europeia e da Austrália -, já que Canadá, Rússia e Japão não querem participar e os Estados Unidos jamais ratificaram o tratado. A questão da ajuda aos países mais vulneráveis também ocupará uma parte dos debates.
Em Copenhague, no final de 2009, a comunidade internacional decidiu desbloquear 100 bilhões de dólares por ano até 2020, administrados por um Fundo Verde, assim como uma ajuda urgente de 30 bilhões de dólares entre 2010 e 2012. "Dentro de um mês, a ajuda de emergência terminará e o Fundo Verde continua vazio ", lamentou-se a organização governamental Oxfam. A conferência prossegue até 7 de dezembro. Em 4 de dezembro, os negociadores contarão com a participação de mais de 100 ministros para concluir um acordo, em uma nova etapa do trabalhoso processo de negociações lançado em 1995.