Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Professor reiventa alfabetização para crianças carentes e leva o 'Nobel'

Doha (Qatar) ; O mundo está em crise? Está. Estados, economias, instituições, modelos, crenças veem as bases ruírem. O desafio: buscar respostas capazes de apontar saídas e construir novos paradigmas. O maior deles é o da educação. Há que criar alternativas inovadoras aptas a oferecer formação de qualidade a baixo custo. No século 21, contingentes até há pouco marginalizados pedem inclusão. Para ultrapassar os obstáculos impostos pela exclusão, não basta oferecer-lhes alternativas. Impõem-se alternativas de qualidade.

Muitos se empenham na busca. O Prêmio Wise de Educação, considerado o Nobel do setor, seleciona o melhor projeto levado avante nos cinco continentes. O de 2012 foi concedido a Madhav Chavan. Com doutorado nos Estados Unidos, Chavan retornou à Índia em 1986 e lecionou química na Universidade de Mumbai. Ficou chocado com as dificuldades da população carente e se dispôs a fazer algo. Para educar e alfabetizar milhões de pessoas com custo mínimo, desenvolveu uma fórmula científica simples ; que inclui monitoramento e avaliação quantitativa e qualitativa (adesão, instalações e resultado do aprendizado). Uniu forças com o governo local e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Movia-o uma certeza: a educação era a maior barreira ao desenvolvimento do país. Para ultrapassá-la, urgia garantir o acesso a escola que oferecesse ensino de excelência.