BRUXELAS - A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) espera respostas do cientista francês Gilles-Eric Seralini sobre as lacunas encontradas em seu estudo sobre a toxicidade de um milho transgênico (OGM), declarou esta segunda-feira sua diretora.
"Esperamos receber respostas ao longo da semana", afirmou Catherine Geslain-Lanéelle. "Se precisar tempo, daremos", acrescentou.
"Quando dizemos ter elementos de provas sobre um possível impacto na saúde, é preciso cooperar para convencer sobre o bom fundamento do trabalho feito", reforçou.
Seralini publicou um estudo segundo o qual o milho transgênico NK603 e o herbicida Roundup, o mais usado no mundo, ambos produtos da multinacional Monsanto, aumentam em cobaias o risco de desenvolver tumores.
O NK603 está autorizado na UE desde 2003 para a alimentação animal e humana com base em uma decisão da EFSA que assegurava não representar risco algum pra a saúde.
"Na EFSA, estamos dispostos a modificar nossa opinião se novos elementos científicos impuserem. Não temos medo", afirmou Geslain-Lanéelle.
Mas a primeira análise do estudo, feita por um grupo de especialistas da EFSA, não o considerou conclusivo.
"As autoridades de segurança alimentar em Alemanha e Holanda emitiram opiniões similares", reforçou Geslain-Lanéelle.
O pesquisador francês rejeitou as primeiras conclusões da EFSA e anunciou que se negava a dar respostas às perguntas apresentadas e a transmitir informações para solucionar as lacunas de seu estudo.