Quase 80 voluntárias foram divididas pelos cientistas de acordo com o padrão de consumo de álcool durante a gravidez (veja arte). Uma distinção muito clara entre as gestantes pôde ser observada. Quanto maior o consumo, seja ele de forma constante (quase diariamente) ou compulsiva (de uma vez só), mais lento era o processamento de informações no cérebro dos filhos em formação. Para compreender como o álcool poderia afetar o comportamento neural dos bebês, os cientistas se apropriaram de uma simples avaliação capaz testar a habilidade de adaptação cognitiva: a habituação.
Essa é uma característica bastante primária dos seres humanos e animais de se adaptarem a estímulos benignos e não mais responderem a eles. No momento em que um ventilador é ligado em uma sala, por exemplo, os presentes se sentem extremamente incomodados com o barulho. Porém, alguns minutos depois, é possível que nem percebam mais o alto som de rotação das pás pois se habituam ao estímulo repetitivo. ;No período fetal, conseguimos observar os efeitos no exato momento em que a mãe está realmente ingerindo o álcool e esse, por sua vez, está exercendo o seu efeito sobre o feto;, afirma o principal autor do estudo, Peter Hepper.