Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudos buscam alternativas à seringueira para produzir borracha

Belo Horizonte ; Em tempos de impostos reduzidos, os brasileiros têm comprado cada vez mais carros. O ritmo da produção automobilística cresce no país, levando a uma maior demanda por borracha natural, um dos principais componentes dos pneus. Segundo o Ministério da Agricultura, atualmente, o Brasil atende somente 30% da demanda interna de borracha natural, extraída da Hevea brasiliensis, a seringueira. E cerca de 80% do consumo doméstico destina-se à indústria de pneumáticos. Diante dessa realidade, pesquisas patrocinadas por empresas fabricantes de pneus concentram-se em formas de extrair o látex de outras plantas, alcançando resultados muito promissores.

Os principais estudos são desenvolvidos em países como Alemanha, China e Japão. Em julho passado, a Apollo Vredestein, empresa holandesa, apresentou o primeiro protótipo de pneu fabricado a partir do látex do dandelion (planta de origem russa e popularmente conhecida como dente-de-leão) e do guaiule (arbusto nativo do sudoeste dos Estados Unidos e do norte do México). A Bridgestone Corporation, por sua vez, colabora com o projeto Russian Dandelion, liderado pelo Programa de Excelência em Alternativas à Borracha Natural (Penra), do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Agrícola da Universidade do Estado de Ohio (EUA). O foco dos estudos também é o dente-de-leão (Taraxacum officinale), que apresenta a vantagem de não depender de clima quente para se desenvolver como a seringueira, gerando a possibilidade de produzir a borracha a um custo menor. Segundo pesquisadores, há diversas outras plantas das quais a borracha natural poderia ser extraída, como a Ficus carica L. e a Ficus carica (ambas espécies de figueiras), e até mesmo a alface e o girassol.