Boca desviada para um dos lados, pálpebra superior caída e a perda da sensibilidade em um lado inteiro do corpo. Esses são os principais sintomas de um acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral. Nessa situação, cada minuto é extremamente precioso. A pessoa deve ser levada imediatamente a um hospital. Se for identificado um AVC isquêmico, ou seja, causado por um coágulo sanguíneo em uma das artérias do cérebro, uma medicação anticoagulante será ministrada nas primeiras quatro horas e meia. Depois, até oito horas, um procedimento mecânico para a retirada do coágulo pode ser realizado. Após esse período, cabe apenas o tratamento clínico para reparar os danos.
Esse é o procedimento adotado na maioria dos casos. No entanto, dois artigos publicados na The Lancet desta semana reabrem a discussão sobre a maior efetividade dessas medidas. Neles, são comparados dois dispositivos mecânicos inovadores, o Trevo e o Solitaire, com a primeira e mais antiga geração de instrumentos para a retirada de coágulos cerebrais, o Merci (veja infografia). Entre os pesquisadores está o neurocirurgião brasileiro Raul Nogueira, da equipe do Hospital Memorial Grady, da Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta (EUA).