Apesar de estar a 150 milhões de quilômetros, uma estrela é essencial à vida no planeta, além de ser o corpo celeste mais conhecido e há mais tempo estudado pela humanidade. O Sol fornece a luz e o calor que alimentam todos os organismos vivos. Entender esse gigante tem sido um desafio há milênios, e, agora, uma pesquisa divulgada na edição de hoje da revista científica Science conseguiu desvendar alguns dos aspectos mais interessantes da gigantesca bola de calor. Segundo o grupo, que conta com a participação de um pesquisador brasileiro, a estrela mais próxima da Terra é o objeto mais redondo já medido pelo homem, e, ao contrário do que se acreditava até então, não sofre variações em suas medidas ao longo dos seus ciclos, mesmo sendo formada basicamente por gás. As descobertas prometem revolucionar a forma como o astro-rei é compreendido.
Para conseguir estudar o Sol em minúcias, os pesquisadores contaram com a ajuda do Solar Dynamics Observatory (SDO), satélite da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) construído especialmente para observar a estrela. Durante dois anos, a equipe fez milhares de fotografias. ;As imagens de satélites trazem normalmente uma pequena distorção. No entanto, tirando várias fotos de posições diferentes do Sol, conseguimos montar uma imagem de como ele realmente é, sem distorções;, explica Marcelo Emílio, cientista da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, um dos autores da pesquisa. ;A cada seis meses, nós fazíamos imagens, mudávamos o satélite de lugar e produzíamos novas fotografias. A ideia era estudar do ciclo solar, que dura 11 anos.;