Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisa identifica o sistema que limpa as toxinas circulantes na cabeça

Uma falha nesse padrão pode levar ao acúmulo de substâncias como as placas beta-amiloides, associadas ao surgimento do mal de Alzheimer

Ainda sem cura nem tratamento específico, o mal de Alzheimer começa a ser desvendado pela medicina. Nos últimos anos, pesquisas indicaram que a doença neurodegenerativa está associada ao acúmulo da proteína beta-amiloide no cérebro, mas ainda não se encontrou uma forma de varrê-la do órgão. Um estudo publicado na edição de hoje da revista Science Translational Medicine poderá ajudar a fazer essa faxina. Cientistas da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, desvendaram o mecanismo de limpeza do cérebro, até agora pouco conhecido. Eles também descobriram que uma falha no sistema aumenta o risco de acúmulo dos peptídeos que, no Alzheimer, intoxicam e matam os neurônios.



O organismo está em trabalho constante, com moléculas sendo sintetizadas, células nascendo e morrendo, linfócitos combatendo vírus e bactérias, e hemácias realizando trocas gasosas. Tudo isso deixa resíduos, que precisam ser destruídos para o bom funcionamento do corpo. Quem faz esse papel é o sistema linfático, uma complexa rede de estruturas que circulam pelos órgãos, levando nutrientes e, de volta, filtrando substâncias nocivas para que não entrem na corrente sanguínea.