Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Psicóloga diz que psicopatas podem voltar ao convívio depois de tratamento

Segundo psicóloga norueguesa, é possível fazer com que criminosos portadores de psicopatia retornem ao convívio social após serem submetidos a tratamento focado em experiências dolorosas vividas por eles principalmente durante a infância

Aos 6 anos, ele viu a família ser destruída nas mãos dos nazistas. Perdeu o pai, a mãe e todo o conforto a que estava acostumado. Em um episódio extremamente traumático, presenciou os soldados inimigos matarem e devorarem o corpo da irmã, a única parente próxima que ainda restava. Os horrores da Segunda Guerra Mundial jamais seriam esquecidos, mesmo na idade adulta, quando ele se transformou em um bem-sucedido psiquiatra forense. Charmoso, controlado e extremamente inteligente, não foi pelo trabalho nem devido à história sofrida, porém, que se tornou conhecido. Hannibal Lecter fez seu nome ao assassinar nove pessoas e comer parte dos cadáveres, o que lhe rendeu o apelido de Dr. Canibal.

O médico é um personagem fictício, criado pelo escritor americano Thomas Harris, que lançou o primeiro livro sobre Hannibal em 1981. Outros volumes vieram, assim como as adaptações para o cinema, começando por O silêncio dos inocentes, de 1991, estrelado por Anthony Hopkins. O filme popularizou a série de Harris, que já contava com um grande número de fãs em todo o mundo. Mais do que tudo, ajudou a reforçar a imagem construída sobre os psicopatas: pessoas frias, sem emoção nem sentimento de culpa e que, por não serem propriamente doentes, não podem ser tratadas.