Zurique - Zurique recebe a partir de quarta-feira (13/6)um congresso mundial sobre suicídio assistido, que reunirá centenas de delegados de 45 países para debater este tema delicado que provocará manifestações de associações de defesa da vida.
"A situação do suicídio assistido é muito diferente em cada país. O objetivo da conferência é fazer um intercâmbio sobre o trabalho político e as iniciativas" em favor desta prática, disse o vice-presidente da associação Exit, Bernhard Sutter.
Exit e Dignitas, membros da Federação Mundial pelo Direito de Morrer, organizadora da conferência, são as duas únicas associações na Suíça que auxiliam as pessoas que querem cometer suicídio.
A Dignitas é também a única associação que concorda em acompanhar até a morte os estrangeiros não residentes na Suíça, algo rejeitado pela Exit por razões éticas.
Embora a maior parte da conferência seja reservada a membros da Federação, na sexta-feira haverá um dia aberto ao público, que poderá participar de conferências e mesas redondas, além de ouvir o testemunho de pessoas que acompanharam um parente à morte.
O congresso, já realizado em 2008 em Paris e em 2010, em Melbourne, também será palco de protestos por aqueles que se opõem ao suicídio assistido.
A associação Human Life International (HLI) na Suíça, que milita contra o aborto, a contracepção, a educação sexual e a eutanásia, está organizando um contra-manifestação na sexta-feira perto do local do congresso.
"Nosso objetivo é dar outros argumentos para os visitantes do congresso. Vamos organizar mesas redondas e estaremos na entrada para distribuir folhetos", disse Christoph Keel, um dos membros da HLI.
Em 2009, cerca de 300 pessoas que vivem na Suíça morreram por suicídio assistido, segundo dados publicados pelo Instituto Federal de Estatística. Esse número está em constante aumento desde 1998, ano em que essas mortes começaram a ser contabilizadas.
Entre 1998 e 2011 a associação Dignitas ajudou 1.169 estrangeiros.
Em junho de 2011, o governo suíço decidiu não regular especificamente o suicídio assistido. Ao contrário de países vizinhos, a Suíça tolera esta prática com algumas condições.
O país proíbe a eutanásia ativa direta (morte deliberada para evitar o sofrimento), mas não pune a eutanásia ativa indireta (administrar uma substância cujos efeitos colaterais levam à morte), nem a eutanásia passiva (renúncia de implementar medidas para manter a vida).
O suicídio assistido (a pessoa toma ela mesma uma dose letal) é autorizado.