Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Cientistas de Cingapura identificam genes ligados ao câncer de estômago

O câncer de estômago, conhecido também como câncer gástrico, é a causa de mais de 700 mil óbitos em todo o mundo, por ano. Mortes com questões a serem respondidas, já que os motivos que levam ao desenvolvimento das células cancerígenas no órgão são uma incógnita para os cientistas. O tratamento para a doença é tido como difícil e muitas vezes ineficaz. Além disso, há a recorrente detecção tardia do tumor, que restringe as opções de tratamento. Uma descoberta recente de cientistas de Cingapura traz um pouco de luz a médicos e pesquisadores. Estudiosos da Escola de Graduação de Medicina Dule-NUS e do Centro Nacional de Câncer do país descobriram mais de 600 genes desencadeadores da doença e identificaram, entre eles, dois que podem ser promissores para entender o início da doença. Para isso, o grupo liderado por Patrick Tan explorou um somatório de mutações do câncer gástrico e sequenciou as regiões mais importantes de 18 mil genes em 15 casos da doença. %u201CO estudo foi um dos primeiros relacionados ao câncer gástrico que investigou a grande variedade do gene humano em um nível singular de nucleótidos%u201D, diz Tan. Compostos ricos em energia, os nucleótidos auxiliam os processos metabólicos do organismo, principalmente a biossítense %u2014 que produz compostos vitais para o metabolismo, como proteínas e ácidos nucleicos. As variações dos genes FAT4 e ARID1A foram as que mais chamaram a atenção dos pesquisadores. Os genes sofreram mutações em 5% e 8% dos casos da doença, respectivamente. Quanto maior a porcentagem, maior capacidade tem a célula anormal de se multiplicar e originar um câncer. Desse modo, os números indicam a influência direta da dupla no desenvolvimento da doença. Para ter certeza de que esses dois genes, mesmo apresentando uma influência grande, estavam, de fato, ligados ao crescimento do tumor, eles também foram investigados separadamente. Os cientistas descobriram, então, que os defeitos genéticos que davam início ao câncer de estômago eram os mesmos presentes no FAT4 e no ARID1A.