Belo Horizonte ; O alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia) é tido como uma espécie resistente, que invade territórios de pastagem com muita facilidade. Só que a planta, espécie de arbusto típico do cerrado, serve também para recuperar solos degradados pela ação devastadora da mineração. É o que prova uma nova pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolvida pela bióloga Lívia Gilberti para o seu mestrado em biologia vegetal no Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Iniciado no fim de 2010 sob a orientação do professor Geraldo Wilson Fernandes, o projeto comprovou que a espécie pode absorver grandes quantidades de arsênio, elemento muito comum em áreas já mineradas.
A exposição crônica ao semimetal pode causar doenças graves, incluindo câncer de pele, pulmão, próstata e bexiga, além de hiperpigmentação da pele e outras doenças graves, de coração e neurológicas. Embora seja um elemento abundante na natureza, utilizado também em herbicidas e inseticidas, a grande liberação do arsênio acaba sendo acentuada pela escavação das rochas, o que aumenta a liberação de grandes quantidades do elemento, contaminando o solo e reservas de água próximas.