Com o sistema nervoso em processo de amadurecimento, os adolescentes estão mais suscetíveis a uma série de problemas causados por agentes externos, como as drogas. Prova disso é o córtex pré-frontal ; área responsável pelo julgamento e pelo controle de ações impulsivas ;, uma das últimas áreas cerebrais a ser completamente formada. Não é à toa que os mais jovens tendem a ser mais impulsivos. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) avaliou o processo da dependência de cocaína por esse grupo e constatou que, devido às características cerebrais, o tratamento químico a que esses pacientes se submetem deve ser diferenciado.
O objetivo da pesquisa foi analisar as diferenças comportamentais e neuroquímicas entre ratos adultos e adolescentes em resposta ao efeito da cocaína. A autora, Maria Cristina Maluf, do Laboratório de Neuroquímica e Farmacologia Comportamental da USP, administrou, durante oito dias, doses diárias da droga nos bichos. Após um período de abstinência, os animais foram submetidos a outra dosagem da substância para o estudo das reações cerebrais. Foram medidas a atividade locomotora, os níveis de ansiedade e o efeito de condicionamento da droga ao ambiente.