Brasília ; No Dia Mundial da Meningite, celebrado nesta terça-feira (24/4), o Instituto Pedro Arthur, organização brasileira que trabalha no combate à doença, promoveu ação no Cristo Redentor para dar informações aos turistas que visitavam o monumento. Batizada De Mãos Dadas Contra a Meningite, a ação reuniu médicos e especialistas.
O professor de infectologia pediátrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski, explicou que a meningite, considerada um problema de saúde mundial, é caracterizada por uma inflamação na membrana que envolve o cérebro ou a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Segundo ele, os sintomas são febre alta, manchas vermelhas e irritabilidade. "É difícil observar uma criança com meningite bacteriana brincando. Mesmo que a febre baixe, ela continua irritada", completou.
Ele ressaltou a importância da prevenção, pois, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 5% a 10% das pessoas que contraem a doença meningocócica morrem, mesmo recebendo tratamento adequado. "A gente não pode acostumar ou aceitar que uma morte por meningite seja normal. Se tem uma ferramenta, que é a vacina, para evitar, a gente tem a obrigação de divulgar essa ideia e fazer com que todas as pessoas se mobilizem com o intuito de vacinar contra a meningite bacteriana", disse.
Já o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), Renato Kfouri, explicou que, no caso de meningite, os pacientes prioritários para serem vacinados são as crianças, por serem mais vulneráveis. No entanto, outros grupos como os jovens, adultos e viajantes, de um modo em geral, também não devem ser esquecidos. "São populações de risco, onde muitas vezes a ação, depois de ter a doença, causa muito mais transtorno e é muito mais dispendioso. Em se tratando de saúde, o prevenir é sempre melhor do que remediar", avaliou.
Segundo dados da OMS, a cada ano, cerca de 500 mil casos de meningite ocorrem em todo o mundo, causando aproximadamente 50 mil mortes. Somente no Brasil, o número de casos chega a mais de 3 mil a cada ano, com mais de 600 mortes, e a maior incidência é dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.