Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Médico estuda Frida Kahlo e conclui que ela sofria de síndrome de Asherman

Com cores vibrantes e pinceladas firmes, Frida Kahlo pintou a sua dor. Tendo no próprio sofrimento o principal modelo vivo, a artista mexicana criou um acervo autobiográfico, que revela as angústias físicas e psíquicas de uma mulher que parecia destinada ao tormento. Espinha bífida, poliomielite, fraturas provocadas por um acidente gravíssimo e neuropatias foram alguns dos males que afligiram Frida, morta de embolia pulmonar decorrente de uma pneumonia em 1954, uma semana depois de completar 47 anos.

A história da pintora sempre impressionou Fernando Antelo, patologista cirúrgico do Centro Médico da Universidade da Califórnia. O olhar do médico é atraído por desenhos anatômicos nas pinturas de Frida, um detalhe que, segundo ele, não costuma ser muito estudado por biógrafos da artista. Apesar de a mexicana ter se matriculado em medicina na Escola Nacional Preparatória da Universidade do México, curso que não chegou a concluir devido ao acidente sofrido, Antelo não vê nas obras o trabalho de um anatomista, mas, sim, de um paciente querendo, desesperadamente, falar sobre suas dores. ;Ela parece querer apontar: ;Veja, é aqui, aqui, aqui e ali que estou sofrendo;;, afirma.