Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pássaros têm que ser comunicar em frequências mais altas em centros urbanos

Motoristas presos no engarrafamento buzinam sem piedade, enquanto uma broca quebra parte da calçada. Do outro lado da rua, uma construção faz com que o som de marteladas ecoe por toda a rua. Acrescente o barulho de pessoas conversando, cachorros latindo, vendedores ambulantes e o resultado será muito próximo ao que se ouve em grandes cidades. Agora imagine o que você faria se fosse um pássaro tentando se comunicar com os companheiros de espécie em meio a essa confusão sonora? Gritaria? Pois é justamente o que eles fazem: piam a plenos pulmões.

Não é novidade para a ciência que, quando em ambientes urbanos, algumas aves, como pardais, chapins-reais e melros, cantam em frequências mais altas. Um teoria dizia que essa era uma maneira de competir com a barreira acústica das metrópoles, que costuma ter uma frequência baixa. Agora, pesquisadores das Universidades de Copenhague (Dinamarca) e de Aberystwyth (Reino Unido) descobriram que essa estratégia se deve também à própria estrutura física das cidades, como prédios, muros e demais obstáculos. Mesmo quando a cidade está silenciosa, essas aves continuam ;falando mais alto;.