Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Exames cardíacos podem ajudar a prever futuros ataques em idosos

Washington - Um teste para medir a atividade elétrica do coração pode ajudar a prever futuros ataques cardíaco nos adultos saudáveis maiores de 70 anos, destacou nesta terça-feira (10/4) um estudo feito nos Estados Unidos.

Os cientistas fizeram um acompanhamento com 2.192 adultos saudáveis de 70 a 79 anos por um período de 8 anos, segundo o estudo publicado no Journal of the American Medical Association. Os indivíduos começaram sua participação no estudo submetendo-se a um eletrocardiograma, também conhecido como EKG ou ECG, exame que mede o estado geral do coração.

As pessoas que apresentaram anomalias em seus eletrocardiogramas tiveram um risco maior de desenvolver doenças cardíacas no curso do estudo do que as pessoas cujos ECG foram normais, inclusive depois que os cientistas ajustaram os fatores de risco como diabetes e colesterol alto. Aqueles que mostraram anomalias menores no primeiro exame tinham um risco 35% maior de sofrer um ataque do coração, enquanto aqueles com anomalias importantes tinham um risco 51% maior.

"Esta pesquisa capta a informação de um eletrocardiograma e a soma a outros fatores de risco tradicionais para prever melhor quem vai ter um ataque do coração", disse o co-autor Douglas Bauer, diretor do programa de pesquisa de medicina geral interna da divisão de San Francisco da Universidade da Califórnia.

No entanto, organizações como a Academia de Médicos de Família (American Academy of Family Physicians) não avalizam o uso rotineiro de ECG para a avaliação cardíaca de pacientes de baixo risco, citando os altos custos e a falta de evidências de que o exame permitiria melhorar os resultados de saúde.

"Por enquanto, a falta de uma clara evidência dos benefícios eventuais e ao não ter claras as implicações de custos, o melhor conselho não é realizar eletrocardiogramas em pacientes assintomáticos, independente de sua idade", destacou em editorial Philip Greenland, especialista da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern. "No entanto, uma análise detalhada e cuidadosa seria um passo útil para transformar a informação sobre o risco acumulado em uma recomendação para a prática baseada na evidência", destacou.

A doença cardíaca é a principal causa de morte nos Estados Unidos e responde por uma em cada três mortes no país, segundo a Associação Cardíaca americana.