Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Cientistas mostram efeitos menos evidentes do degelo em organismos vivos

Em todo o mundo, os ecossistemas estão passando por transformações, como resultado do derretimento do gelo marinho, das geleiras e das camadas de neve, especialmente em regiões de alta latitude, onde a água fica congelada por pelo menos um mês por ano. Os cientistas já registraram como alguns animais, incluindo pinguins e ursos-polares, estão respondendo à perda de seu hábitat, mas só agora pesquisadores começam a descobrir efeitos menos evidentes que a perda da criosfera causa nos organismos vivos. Um artigo publicado na edição deste mês da revista BioScience descreve alguns impactos que foram identificados ao longo de décadas de estudos de campo.

O artigo, escrito por Andrew G. Fountain, da Universidade do Estado de Portland, mostra como a diminuição da frequência de nevascas ameaça animais escavadores e faz com que as raízes das plantas fiquem mais suscetíveis a lesões, já que os flocos de neve servem como um isolante. O texto também mostra por que micróbios como as diatomáceas, que vivem sob o gelo do mar e são a principal fonte de alimento de uma espécie de camarão, estão desaparecendo, o que tem impactado fortemente aves marinhas e mamíferos que se alimentam do crustáceo.