Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Fragmentos ósseos dão novas pistas sobre a evolução humana

Oito fragmentos ósseos de 3,2 milhões de anos podem mudar o entendimento que a ciência tem da evolução humana. Encontrados em 2009 no sítio arqueológico etíope de Woranso-Mille, eles foram descritos na edição de ontem da revista Nature e indicam que, na época do humanoide mais antigo de que se tem notícia, a famosa Lucy (Australopithecus afarensis), havia outro animal que andava sobre os dois pés exatamente como os homens modernos fazem hoje. Essa é a prova mais contundente de que a evolução do Homo sapiens está relacionada a diferentes linhagens, e não a um único elo perdido.

Os fósseis pertencem ao pé de um primata sobre o qual, até agora, não se tinha notícia. Em uma entrevista coletiva por telefone, os principais autores do estudo evitaram falar em nova espécie, já que os ossos são insuficientes para tanto. Eles deixaram claro, porém, que são muito fortes os indícios de que se trata de um animal que não se encaixa na anatomia de qualquer outro conhecido. ;Minha primeira reação ao ver esses ossos foi de surpresa. Achei que soubesse o que esperar de uma peça com essa idade, pois já estudei outros fósseis dessa mesma época. Quando os analisei, porém, pensei: ;Isso simplesmente não tem relação com o que conhecemos até agora;;, conta Bruce Latimer, pesquisador da universidade americana de Case Western e um dos autores do estudo.

Veja o vídeo sobre a descoberta (em inglês)

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