A água é o principal veículo afetado pelas alterações climáticas e o Pacto das Águas ; documento firmado no 6; Fórum Mundial das Águas, na semana passada, em Marselha, na França ; não tratou da questão devidamente. A declaração é do presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente de Andreu Guillo. Ele participou nesta quinta-feira (22/3), quando se comemora o Dia Mundial da Água, de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
;O principal veículo afetado pelas alterações climáticas é a água. O documento [Pacto das Águas] precisa tratar dessa questão. A construção de reservatórios, mesmo sendo tema polêmico, minimiza incidentes como alagamentos e garante a preservação em períodos de seca. Nós estamos dependendo de que, nesse processo de reforma da organização das Nações Unidas, a água passe a ter também uma verticalidade e não apenas essa transversalidade;, disse.
O presidente da ANA disse que também é necessária a criação de fundos globais para o desenvolvimento de políticas mais igualitárias em todo o mundo. No caso brasileiro, além de questões pontuais, como a qualificação do saneamento dos municípios, ele aponta como fundamental o fortalecimento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A coordenadora da Rede das Águas, da organização não governamental SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, disse que o debate do capítulo 18 da Agenda 21, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio%2b20, tratou a água de forma cautelosa. ;Se esse modelo proposto for colocado em prática, será o melhor modelo capaz de enfrentar as dificuldades da escassez. Sem sentarmos [à mesa, para discussão do tema] grandes usuários da água, como a agricultura, os municípios e os estados, será impossível fazer uma boa gestão da água;, ressaltou.