Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudos indicam que vestígios da evolução humana ainda são úteis

Siso e apêndice parecem ter uma só função: inflamar e serem extraídos. Considerados vestígios da evolução por Charles Darwin, alguns órgãos presentes no homem são como marcas de um passado muito remoto e hoje não têm mais utilidade alguma. Ou alguém sabe explicar para que serve o cóccix, aquele ossinho em formato de minicauda localizado na ponta da coluna vertebral? Se agora não faz sentido, ele já teve uma importância muito grande aos ancestrais do Homo sapiens, que, como bons primatas, precisavam de um rabo para se equilibrar em cima das árvores.

Durante muito tempo, chamou-se de órgãos vestigiais esses rastros da evolução que, até hoje, acompanham não só o homem, mas diversas outras espécies de animais e mesmo vegetais. O termo está em desuso e começam a aparecer evidências de que alguns deles, na verdade, ainda são funcionais, como o apêndice, que, além de inflamar, serve como depósito de bactérias boas para o organismo. A descoberta de que alguns órgãos que pareciam obsoletos possuem utilidade tem sido usada por criacionistas para renegar o darwinismo e refutar a teoria de que o homem é da mesma família dos macacos. ;As coisas não são tão simples assim;, alerta Gerd B. Müller, biólogo teórico responsável pelo verbete ;órgãos vestigiais; na Enciclopédia da evolução, organizada por Mark Pagel e publicada pela Universidade de Oxford.