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Ciência e Saúde

Mesmo após cirurgia de redução de estômago, ex-gordinhos sofrem com estigma

Era a primeira vez que a proprietária de salão de beleza Aline Garcia Tomé, 25 anos, levava uma cantada na rua. E, antes mesmo de estufar o peito orgulhosa, ela lançou mão do celular e ligou para o namorado, o programador Leandro Franchi Vieira, da mesma idade. ;Amor, acabaram de me chamar de gatinha;, celebrou. Ele retribuiu, fazendo festa do outro lado da linha. O parceiro comemorar que a namorada foi cortejada por outro homem pode parecer estranho. Leandro, contudo, sabia o que aquilo representava para ela. Apesar de ter sido sempre uma mulher bonita, Aline havia sido obesa a vida inteira e nunca foi de conquistar olhares na avenida. ;Há tanto preconceito quanto aos gordinhos que é difícil alguém nos achar atraentes. O padrão de beleza sempre foi ;mulher magra e homem forte;. Eu, que também fui gordo, sofri muito na adolescência por achar que mulheres bonitas não me dariam bola. Minha sorte foi encontrar uma gordinha linda como a Aline;, conta ele.

Nos últimos dois anos, Aline e Leandro deixaram para trás, juntos, cerca de 80kg. Os dois passaram por cirurgias de redução de estômago devido a temores quanto à própria saúde. ;Eu passava por problemas sérios de pressão alta e o Lê sofria com a falta de disposição. Era só botar os dois para subir uma ladeira para a gente ficar ofegante em cinco minutos;, lembra Aline. ;Claro que a cirurgia não foi nossa primeira opção. Eu mesma tentei de tudo. Ia ao endocrinologista desde os 9 anos, tomei vários remédios, frequentei nutricionistas e academia e tentei dietas mais e menos malucas. Nada adiantou.; Mesmo assim, ainda hoje, há quem olhe para os dois e ache que optaram pelo método por comodismo ou preguiça, contam.

Confira reportagem completa na edição deste domingo (26/02) do Correio Braziliense.