Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Austríaco anuncia que saltará em queda livre da estratosfera nos EUA

LOS ANGELES - O que acontece ao corpo humano quando lançado em queda livre da atmosfera? O aventureiro que se submeter a essa experiência sobreviverá à velocidade do som? Estas perguntas serão respondidas quando um praticante de esportes radicais se atirar, de um balão aeroestático, a 36 km de altitude, afirmaram nesta terça-feira os organizadores da façanha.

O adepto de esportes radicais austríaco Felix Baumgartner se propõe a "saltar de um balão que, na estratosfera, chegará a uma altitude de 36.000 metros. O salto será em queda livre e representará um recorde mundial", anunciou a equipe que organiza a aventura, em sua página na internet.

Baumgartner, de 41 anos, já bateu outros recordes mundiais de queda livre: ele saltou da torre financeira T101 de Taipé (Taiwan) e do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

Mas agora, sua meta é bater outros quatro recordes mundiais.

Ele quer fazer o voo em balão mais alto da história (36.576 metros de altitude), a queda livre do ponto mais alto e a queda livre mais longa (estima-se que vá durar 5 minutos e 30 segundos).

Além disso, se for bem sucedido, será a primeira pessoa a romper a velocidade do som em queda livre.

O salto será realizado este ano em Roswell, Novo México (sul dos EUA), embora não tenha sido divulgada a data exata, segundo o texto da "Red Bull Stratos", uma sociedade entre a fabricante de energéticos Red Bull e o próprio atleta para levar o projeto adiante.

Quando Baumgartner se atirar nos limites do espaço, atingirá a velocidade do som devido à falta de ar, mas à medida que se aproximar da Terra, a atmosfera freará sua queda e três paraquedas deverão garantir uma boa aterrissagem no mesmo local de onde partiu.

O diretor médico do projeto Red Bull Stratos, doutor Jonathan Clark, afirma que a missão será explorar os efeitos da aceleração até a velocidade do som nos humanos. "Até agora ninguém chegou à velocidade supersônica prescindindo de qualquer tipo de nave ou avião", afirmou.

"A equipe médica do Red Bull Stratos está super ansiosa em saber o que vai acontecer com o corpo de Felix na queda. O ser humano terá capacidade de sobreviver a uma queda livre em velocidade supersônica sem uma nave?", se questionam os organizadores no site www.redbullstratos.com.

Responder a esta pergunta, dizem, pode ser útil para os pilotos militares, para os astronautas que precisarem sair de uma nave acidentada e, inclusive, para o turismo espacial.