Astrônomos do Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington, anunciou ontem a descoberta de um planeta que, segundo eles, se mostra o mais promissor candidato ao título de ;nova Terra;. Guillem Anglada-Escudé, um dos líderes do estudo que localizou o GJ667Cc, explica que o corpo atende a uma série de pré-requisitos para abrigar água líquida, considerada uma condição primordial para a vida.
O principal deles é estar localizado em uma posição vantajosa em relação ao seu ;sol;, na chamada ;zona habitável;. Isso significa que o exoplaneta (como são chamados os planetas fora do Sistema Solar) não está tão perto da estrela-mãe a ponto de ser quente demais, nem longe o bastante para ser puro gelo. Além disso, ele recebe o equivalente a 90% da luz que incide sobre a Terra. Como a maior parte dessa luz é infravermelha, ou seja, mais fácil de ser absorvida, os cientistas envolvidos no estudo acreditam que o GJ667Cc absorve praticamente a mesma quantidade de energia que o Planeta Azul.
O novo astro está localizado a cerca de 22 anos-luz da Terra. Ele tem uma massa, no mínimo, 4,5 vezes a da Terra, ou seja, é o que os cientistas chamam de ;super-Terra;. Se realmente abrigar vida, os seus habitantes viverão anos curtos, de 28 dias cada. Os pesquisadores também descobriram indícios de que pelo menos um outro planeta, talvez até três, exista no mesmo sistema, composto de três estrelas.
Ao contrário do Kepler-22b ; primeiro exoplaneta em zona habitável confirmado, em dezembro passado, pela Agência Espacial Norte Americana (Nasa), com a ajuda da sonda espacial Kepler ;, o GJ667Cc foi descoberto com os pés fincados no chão. O achado foi baseado em observações do Observatório Europeu Austral (ESO), no Chile. Eles incorporaram, ainda, medidas efetuadas com os telescópios do Observatório Keck, no Havaí (Estados Unidos).
;Devido à maior precisão dos novos equipamentos à mão da ciência, no espaço e na Terra, podemos esperar que descobertas de planetas habitáveis sejam cada vez mais frequentes;, opina Adriana Valio, professora do Centro de Radioastronomia e Astrofísica da Universidade Mackenzie. De acordo com a especialista, até agora foram encontrados 755 planetas fora do Sistema Solar, sendo a imensa maioria não habitável.
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