Há 50 anos, astrônomos detectaram um estranho tipo de estrela, as chamadas retardatárias azuis (blue stragglers, em inglês). Embora pareçam jovens, por emitir um forte brilho azulado, elas são mais antigas do que aparentam, e, pela lógica do Universo, já deveriam ter evoluído para o estágio de gigantes vermelhas ; fase em que começariam a queimar combustíveis e se tornar avermelhadas. Encontradas, inclusive, na Via Láctea, as retardatárias têm intrigado os cientistas por meio século, mas agora parece que, finalmente, sua origem foi revelada.
Em um artigo publicado na revista Nature, Aaron M. Geller e Robert Mathieu, astrofísicos das universidades de Northwestern e Wisconsin-Madison, respectivamente, acreditam ter descoberto a fonte da juventude dessas estrelas. Para eles, mesmo sendo muito antigas, elas mantêm o brilho radiante porque ;roubam; combustível das vizinhas. As retardatárias vivem em um sistema binário e levam vantagem sobre as estrelas que orbitam próximas a elas. As pesadas e antigas atraem as camadas de hidrogênio das mais jovens, que colapsam, virando anãs brancas.
Geller e Mathieu analisaram as retardatárias azuis do aglomerado aberto NGC 188, localizado na constelação de Cefeus. No céu do Hemisfério Norte, é possível observá-lo perto da Estrela Polar. Esse aglomerado é um dos mais antigos e possui 3 mil estrelas, todas jovens e da mesma idade, além de 21 retardatárias. Os astrônomos se concentraram nas três principais teorias sobre a formação dessas estranhas brilhantes azuis: colisões interestelares, fusões entre estrelas ou transferência de massa. A única que se mostrou viável foi a terceira.
Segundo os autores do estudo, eles chegaram a essa conclusão graças às anãs gigantes que orbitam as retardatárias azuis. ;As estrelas que fazem companhia às retardatárias são anãs brancas, o que nos aponta diretamente para a origem da transferência de massa;, dizem, no artigo da Nature. Eles explicam que, embora não tenham conseguido capturar o brilho fraco emitido pelas anãs, o efeito que essas estrelas causam na gravidade das vizinhas determinou sua presença.
;Como muitas outras coisas da astronomia, é o objeto que você não vê que fornece as melhores provas;, escreveram. Para Christopher Tout, professor do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge e colaborador da Nature, ;a descoberta de Geller e Mathieu é uma sólida indicação de que devemos rever nossas ideias simplistas sobre como as estrelas se fundem ao colidir;.
Túmulo viking
Arqueólogos britânicos descobriram, nas terras altas escocesas, os vestígios de um barco funerário viking. O barco-túmulo de 5m de comprimento ; tipo de construção usada pelos vikings para enterrar seus líderes e importantes personalidades ; continha os restos de um guerreiro sepultado com um machado, uma espada, uma lança, um escudo e um broche de alfinete.
A estrutura estava na península de Ardnamurchan e, segundo especialistas da Universidade de Manchester, uma das instituições que participam das escavações, pode datar do século 10. Também foram encontrados no túmulo uma faca, um objeto que parece ser a ponta de um chifre de bronze utilizado para beber, uma pedra para amolar, cerâmicas e diversas peças de ferro não identificadas.
A codiretora do projeto, Hannah Cobb (na foto, analisando a espada do guerreiro), qualificou a descoberta de ;apaixonante;. ;Um barco funerário viking é uma descoberta incrível, mas, além disso, os artefatos e o estado de conservação fazem dele um dos túmulos nórdicos mais importantes já escavados no Reino Unido;, disse.