WASHINGTON - A substância Botox, amplamente utilizada na dermatologia cosmética, poderá ser empregada para tratar pacientes com incontinência urinária, entre outros novos usos médicos aprovados esta quarta-feira (24/8) por autoridades sanitárias americanas.
A nova aplicação do Botox recebeu o aval da agência reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), para ser administrada a pessoas com esclerose múltipla ou lesão medular que sofram de incontinência urinária e precisam se tratar com medicação ou cateter. "A incontinência urinária associada a transtornos neurológicos pode ser difícil de administrar", disse George Benson, diretor-adjunto da divisão de produtos urológicos e reprodutivos da FDA. "O Botox oferece outra opção de tratamento para estes pacientes", explicou.
O novo método permite aos médicos injetar o Botox na bexiga de um paciente, onde a substância age relaxando os músculos, permitindo assim que mais urina seja armazenada. Estudos clínicos demonstraram que estas injeções podem diminuir os episódios de incontinência urinária por um período de nove meses.
O Botox, comercializado pela empresa americana Allergan, com sede na Califórnia, também foi aprovado para o tratamento da enxaqueca crônica, da hiperidrose axilar (sudorese excessiva nas axilas), de espasmos da pálpebra e certos tipos de ridigez muscular, acrescentou a FDA.
O medicamento é feito a partir de uma toxina produzida pela bactéria ;Clostridium botulinum;. Em outras formas, esta bactéria pode causar um tipo mortal de intoxicação alimentar, denominada botulismo, segundo os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH).