WASHINGTON - Impulsionar os programas de vacinação infantil em 72 países entre a população de baixa e média renda salvaria a vida de 6,4 milhões de crianças em 10 anos e economizaria cerca de 151 bilhões de dólares em tratamentos, de acordo com dois estudos publicados nesta quinta-feira na edição de junho da revista Health Affairs.
As pesquisas examinaram o impacto que teria a ação de ampliar a vacinação para 90% das crianças de 72 países, incluindo a imunização contra a pneumonia pneumocócica, difteria, coqueluche, tétano e sarampo. "As conclusões mostram a importância de se medir os benefícios econômicos da imunização, além da economia", afirma Meghan Stack, que dirigiu o primeiro estudo na Escola Bloomberg de Saúde Pública de Johns Hopkins em Baltimore, (Maryland, leste dos EUA).
"Os responsáveis por políticas, tanto em nível nacional quanto internacional, podem usar estes resultados para terem uma imagem mais clara do retorno dos investimentos", disse. "Evitar a perda de produtividade na força de trabalho impedindo as mortes precoces permitiria ganhos de US$ 145 bilhões em longo prazo". Além disso, seriam economizados US$6,2 bilhões em gastos de tratamentos, já que seriam evitados cerca de 426 milhões de casos de doenças.
Todos os anos, 2,4 milhões de crianças morrem de doenças que poderiam ser evitadas com vacinação, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O segundo estudo, da pesquisadora Sachiko Ozawa e outros colegas, também da escola John Hopkins, concluiu que salvar as vidas de 6,4 milhões de crianças, por meio de programas de vacinação, se traduziria numa economia e aumento de produtividade no valor de 231 bilhões de dólares".
A pesquisa provou que um investimento global "de prestação de serviços de saúde aos mais pobres do mundo teria um retorno de 231 bilhões" de dólares, cifras que segundo os estudiosos devem ser conhecidas pelos governantes.
Estes esforços de vacinação e os benefícios associados não podem, no entanto, serem alcançados sem estratégias de apoios aos países mais pobres, segundo estudo da GAVI Alliance em parceria com o Results for Developmental Institute. "Sem um apoio maior de doadores internacionais, os países mais pobres vão ter muitas dificuldades para pagar os custos das vacinas para todas as crianças", disse a autora do estudo Helen Saxenian.