São Paulo - Para alertar a população paulistana sobre a hipertensão, doença que atinge cerca de 33 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde, o Hospital do Rim e Hipertensão de São Paulo fez uma ação na manhã de hoje (17/5), dia mundial de combate à doença, para estimular os pacientes a fazerem uma avaliação da pressão arterial.
;A hipertensão é uma doença crônica que, na maioria dos pacientes, não tem uma causa determinada;, disse a médica Frida Liane Plavnik, nefrologista do Hospital do Rim. Frida explicou que o sangue faz pressão ao passar pelas artérias. ;E quando as artérias oferecem uma resistência à passagem desse sangue, a pressão sobe. Por isso é [chamada] hipertensão arterial;, explicou. Só é possível diagnosticar a hipertensão, segundo ela, medindo a pressão. ;A hipertensão é, na maioria das vezes, uma doença assintomática;, afirmou a médica.
Por isso, o ideal é que a pressão seja medida pelo menos uma vez por ano. ;Se ela estiver dentro de faixas normais ; e consideramos pressão ótima abaixo de 12 por 8 ; então ela vai repetir anualmente essa avaliação. Se houver alteração, se ela [pressão] estiver acima de 14 por 9, a orientação é que essa medida seja feita em duas semanas para ver se isto se confirma. Se estiver muito acima de 17 por 11, por exemplo, deve-se iniciar tratamento;, disse a médica.
Uma das ações promovidas pelo hospital colocou nos pacientes um equipamento chamado Mapa (Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial), que avalia a pressão arterial durante 24 horas. O equipamento, que é uma espécie de braçadeira, acoplada a um gravador preso na cintura, auxilia os médicos a desenhar um perfil do paciente e um gráfico de sua pressão durante todo o dia. ;O paciente vai para casa com o aparelho e continua sua vida normal, com a correria normal;, explicou a médica.
A Mapa, segundo ela, é importante para analisar a pressão do paciente fora do ambiente hospitalar, onde a medição é feita apenas de maneira pontual. Isso evita, por exemplo, que um paciente que sofre do ;efeito do avental branco;, em que sua pressão só sobe ao estar na frente de um médico, seja diagnosticado como hipertenso. E também ajuda a dar o diagnóstico para os pacientes que sofrem de ;hipertensão mascarada;, quando ocorre o efeito contrário: a pressão fica baixa no consultório, mas cotidianamente, a pressão é alta. ;Esse é um paciente que nos preocupa muito. E isso acontece em cerca de 10 a 15% da população;, disse.
A médica alertou que a hipertensão pode provocar insuficiência cardíaca, derrame e até infarto. O tratamento, de acordo com ela, consiste em uma medicação adequada e também na modificação do estilo de vida da pessoa, que deve ingerir baixa quantidade de sal, fazer atividades físicas regularmente e evitar fumar.
Duas das pacientes que colocaram a Mapa hoje pela manhã para terem a pressão arterial monitorada até amanhã (18) foram Maria de Fátima Azevedo Garcia, 63 anos, que trabalha no próprio hospital, e a aposentada Helia Maria Soares, 70 anos. Ambas falaram sentir um pouco de desconforto ao usar o aparelho por todo o dia. ;É um pouco incomodo na hora do banho;, disse Maria de Fátima.
No entanto, as duas pacientes ressaltaram a importância de se diagnosticar e controlar a hipertensão. "[É importante] para não correr risco de infarto e outros problemas. Sou sempre acompanhada aqui [no hospital]. Já faz 24 anos que sou acompanhada;, disse Helia, que contou hoje ter a pressão controlada. ;Tomo remédio, estou sempre passando no médico, faço caminhada e dieta, não abuso muito não. E vivo bem;, afirmou.