Rio de Janeiro ; O Brasil precisa avançar em pesquisa e desenvolvimento dentro da indústria instalada no país, aumentando, com isso, o estímulo à inovação. É o que defende o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis. Amanhã (2/5), a entidade realiza sua Reunião Magna anual, encontro científico que trata de assuntos multidisciplinares.
;É agregar valor aos nossos produtos. Nós já exportamos muito na área agropecuária, de minérios. O Brasil é muito presente hoje na exportação de commodities. Mas é preciso agregar valores aos nossos produtos. E isso se faz através de inovação dentro da indústria. Isso precisa crescer bastante;.
Palis defendeu ainda a melhoria do ensino de ciências no Brasil nos níveis fundamental e médio, tanto no regular como no técnico. O presidente da ABC disse que o incremento do desenvolvimento tecnológico na indústria está atrelado à melhoria da educação, especialmente das disciplinadas de ciências. ;O Ministério da Educação está consciente disso;.
Na sua avaliação, o país tem avançado muito na área científica. ;Somos muito respeitados nos organismos internacionais. Em termos de citação média dos nossos artigos, até 2008, estávamos à frente dos [outros países do] Bric [grupo integrado pelo Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul]. Mas somos ameaçados pela Índia e a China, que estão fazendo investimentos muito fortes na área de ciência e tecnologia da informação;.
O presidente da ABC tem confiança que a promessa de campanha da presidenta Dilma Rousseff de empenhar-se para aumentar os investimentos em ciência e inovação na indústria será cumprida. ;Creio que ela vai cumprir;. ;É preciso dobrar esses investimentos em termos do Produto Interno Bruto [PIB];, completou. O ideal, segundo Palis, é sair do patamar atual de 1,3% do PIB para, pelo menos 2%, até 2020.
;Uma parte importante disso deve vir das empresas. Para pesquisas dentro das empresas instaladas no país;.