Construído às pressas nas semanas depois da explosão na usina nuclear de Chernobyl, o sarcófago de concreto que veda os reatores não é mais seguro. Para erguer uma nova cobertura que impeça o vazamento de radioatividade, o governo ucraniano pede, desde meados dos anos 1990, ajuda financeira internacional. Feita de aço, a estrutura que se quer construir sobre o sarcófago protetor deve ter 100m de altura e pesar cerca de 29 mil toneladas. Especialistas calculam que apenas daqui a 100 anos o reator 4, onde ocorreu a explosão em 26 de abril de 1986, poderá ser desmontado sem risco de contaminação.
[SAIBAMAIS]Uma recente campanha conseguiu arrecadar US$ 801 milhões para a obra. Pelos cálculos do Banco Europeu de Desenvolvimento e Reconstrução, ainda faltam US$ 277 milhões para que a estrutura possa ser erguida. A esperança de recursos está nas mãos de países como Brasil, México, Itália e Canadá, que ainda não deram a resposta final sobre se vão contribuir. ;Infelizmente, hoje o sarcófago que temos não é seguro e precisamos de ajuda para construir um novo;, afirma o embaixador da Ucrânia no Brasil, Ihor Hrushko.
;Desligar uma central nuclear não é como apagar uma lâmpada. Não há um interruptor que desliga e pronto;, explica Hrushko. A preocupação de diversos países europeus é que a radiação escape das ruínas e atinja novas regiões.
Hrushko conta que a maioria das doações, tanto humanitárias, para as vítimas, quanto para a proteção da planta, vêm de governos europeus. ;Chernobyl ainda é uma tragédia muito presente na memória da Europa. Aconteceu no quintal deles. Até hoje ovelhas são monitoradas na Inglaterra por causa disso. Parte do leite de Ucrânia ainda está contaminado. É esperado que esses países se preocupem sobremaneira com um novo acidente.;