Quando os envelopes com os vencedores do Oscar forem abertos no Kodak Theather, amanhã, mais do que uma pequena estatueta dourada estará em jogo. Os atores e as atrizes que levarem para casa a maior honraria do cinema hollywoodiano ganharão também alguns anos a mais de vida. Pelo menos é o que dizem pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá. Depois de analisar dados relacionados à saúde e à mortalidade dos artistas que venceram o prêmio nas categorias ligadas à atuação ; melhores ator e atriz e melhores ator e atriz coadjuvantes ;, o resultado foi claro: os vitoriosos vivem em média quatro anos mais do que aqueles que foram apenas indicados para o prêmio.
De acordo com os especialistas canadenses, a expectativa de vida dos atores consagrados com um Oscar é de 79,7 anos, enquanto os que quase chegaram lá vivem, em média, 75,8 anos. Se comparados com aqueles atores que nem sequer foram indicados, a vida dos vencedores é ainda mais longa. Para quem numa apareceu na seleta lista de nominações, a vida se estende apenas até os 73,8 anos. Segundo o médico Donald Redelmeier, principal autor do estudo, mais paz de espírito e menos estresse podem ser as razões da longevidade dos vencedores. ;Com um prêmio como esse, é inegável a aprovação entre os colegas. Portanto, um feedback negativo nos trabalhos posteriores tem um impacto muito menos grave. Além disso, a redução do estresse provoca alterações positivas no sistema imunológico das pessoas;, afirma em entrevista ao Correio.
A origem do Oscar
Ele mede apenas 33cm, pesa 3,85kg e se chama Oscar: esse careca musculoso, banhado a ouro e que se ergue sobre um rolo de filme é o prêmio mais importante do mundo da sétima arte. Ainda que o Urso de Ouro, de Berlim, ou a Palma de Ouro, de Cannes, tenham um enorme significado para seus cineastas e para a comunidade do cinema independente, há quase um século o Oscar é visto por milhares de pessoas ao redor do mundo como um dos eventos mais egocêntricos de Hollywood: repleto de estrelas com roupas glamourosas.
O mistério da origem do nome tão comum, fato raro para um prêmio, é uma das lendas utilizadas para atrair mais a atenção. A Academia das Artes e Ciências Cinematográficas criou o Oscar em 1927 para promover seus filmes e honrar o desempenho de atores, atrizes, diretores e outros realizadores, que competem em 24 categorias. Originalmente, a Academia contava com 36 membros e hoje soma 5.830.
O diretor de arte do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer, Cedric Gibbons, foi eleito para desenhar a estatueta: um cavaleiro desnudo e corpulento, com os braços cruzados segurando uma espada e parado sobre um rolo de filme. . As primeiras estatuetas eram de bronze, mas durante a Segunda Guerra Mundial - devido à escassez de metais - os troféus começaram a ser feitos de gesso, sendo logo substituídos pelas atuais figuras banhadas a ouro e prata.
O troféu não foi sempre chamado de Oscar, mas sua forma não mudou desde seu nascimento, exceto quando foi acrescentado um pedestal, em 1945. Uma lenda indica que a responsável pela biblioteca da Academia e eventual diretora-executiva Margaret Herrick achava a estátua muito parecida com seu tio Oscar. Então, seus funcionários começaram a se referir à estatueta como Oscar. Um jornalista especializado em Hollywood, Sidney Skolsky, utilizou o nome em uma coluna de 1934 ao se referir ao prêmio de melhor atriz recebido por Katharine Hepburn, e a Academia começou a utilizar o "apelido" em 1939.
A primeira cerimônia - que durou 15 minutos e foram distribuídas 15 estatuetas - ocorreu em 16 de maio de 1929 no Hotel Roosevelt de Hollywood, a poucos metros de onde atualmente são entregues os prêmios, o Teatro Kodak. Desde a primeira cerimônia, milhares de troféus foram entregues em uma festa que se tornou um evento pomposo. Hoje em dia é uma transmissão de mais de três horas vista por cerca de um milhão de telespectadores no mundo.
Divulgados inicialmente através de rádio, os prêmios da Academia foram transmitidos pela televisão em preto e branco pela primeira vez em 1953, passando para a transmissão em cores em 1966.