Washington - As misteriosas dunas de areia em torno da calota polar ártica marciana estão mudando com o passar das estações, à medida que o dióxido de carbono se transforma, desencadeando avalanches que alteram a paisagem, revelou um estudo publicado esta quinta-feira (3/2).
Estas mudanças inesperadas ficaram em evidência graças a imagens capturadas pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da Nasa, que orbita o planeta vermelho e que está coletando dados há cinco anos, segundo o trabalho publicado na revista científica americana Science.
No transcurso de um ano marciano, que com seus 680 dias quase dobra o ano terrestre, podem ocorrer mudanças notórias, afirmam os pesquisadores.
Uma das principais causas destas mudanças é o dióxido de carbono congelado ou gelo seco, que cobre a área no inverno e muda para uma forma gasosa na chegada da primavera.
"Este fluxo de gás desestabiliza as areias das dunas de Marte e desencadeia avalanches que produzem novas colinas e vales nas dunas marcianas", disse a principal autora do trabalho, Candice Hansen, do Instituto de Ciência Planetária de Arizona (oeste dos EUA).
A calota polar ártica de Marte tem 1.000 km de largura e tem camadas de gelo e poeira de até três quilômetros de profundidade.