Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Quase 80% das mulheres têm, ao menos, uma dor de cabeça por mês

A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é uma das doenças mais comuns entre a população. Segundo o neurologista Charles Michel Augusto Nascimento, do Hospital viValle, estima-se que 76% das mulheres e 57% dos homens tenham pelo menos um episódio de dor de cabeça por mês.

Existem mais de 150 tipos diferentes de dor de cabeça reconhecidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia ; que é um sintoma comum a diversas condições médicas. Ela pode ser considerada primária, quando não são identificadas causas definitivas, enxaquecas e cefaléias, ou secundárias à distúrbios metabólicos, intoxicações, infecções, ou como consequência de lesões estruturais cerebrais ou cervicais.

Enxaqueca

A enxaqueca é um exemplo de cefaleia primária. Ela se caracteriza por crises recorrentes de dor de cabeça, geralmente associada a outros sintomas. A dor é na maioria das vezes unilateral e do tipo latejante de intensidade forte, acentuada com esforços físicos, melhora ao repouso em lugar escuro e pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, intolerância à luz, aos ruídos e aos odores. Geralmente a dor tem duração maior de quatro horas e menor que três dias.

"As crises podem ser desencadeadas por fatores emocionais, determinados alimentos, mudanças de horário ou exposição a muito calor. Mesmo se não tratados, os sintomas desaparecem entre quatro e 72 horas", explica Charles.

Cefaleia secundária

A dor de cabeça pode ser um sintoma que acompanha muitas doenças graves, como infecções de sistema nervoso (chamadas meningites e encefalites), tumores, hemorragias intracranianas (rompimento de aneurismas, como no acidente vascular encefálico hemorrágico), isquemia, vasculites, trombose venosa, entre outras.

; As dores decorrentes de problemas graves como estes são minoria, mas devem ser lembradas quando houver sinais de alerta ; destaca o neurologista.

Quando procurar um médico por causa de uma dor de cabeça?

Os sinais de alerta para as cefaleias secundárias são: dor de início repentina, pior dor já referida pelo paciente (nunca antes sentida), cefaleia associada a alteração de comportamento (confusão mental, agitação não típica), alterações na força e coordenação dos movimentos, crises convulsivas, dor de cabeça freqüente de inicio após a idade média de 40 anos. Se você possui alguns destes sinais, é recomendado que procure um médico neurologista.

Caso tenha dores de cabeça frequentes, que ocasionem perda de qualidade de vida, a pessoa deve procurar ajuda médica.

"Ao contrário do que se pensa, a maioria das cefaléias bem diagnosticadas tem tratamento eficaz para reduzir sua frequência e intensidade, o chamado tratamento profilático", destaca Charles.

Ele coloca ainda que quanto mais cedo for iniciado o tratamento, mais eficaz ele será. E que a mudança na qualidade de vida, abandono do tabagismo e da ingestão excessiva de bebida alcoólica, perda de peso e atividades físicas bem indicadas são fundamentais neste tratamento.

Para diagnosticar corretamente as cefaléias, os médicos dependem principalmente de informações fornecidas pelo paciente. Fique atento aos seguintes aspectos: tempo de inicio da dor, duração da dor e frequência das crises, intensidade da dor (leve, moderada ou forte), localização habitual e fatores de agravamento ou de alívio. Com estas informações em mãos será mais fácil fazer diagnóstico preciso.