O ciclo do vírus que causou pânico no mundo inteiro, há mais de um ano, foi fechado. Os cuidados para evitar a transmissão e a criação de uma vacina parecem ter dado bons resultados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ontem o fim da pandemia da influenza H1N1. A gripe matou mais de 18, 4 mil pessoas e afetou 214 países. No Brasil, foram registrados 46.893 casos e 2.144 mortes por causa da influenza. A pior fase passou, mas os cuidados devem continuar. A doença não foi eliminada, ainda há alta incidência em alguns países.
Um comitê de 15 cientistas analisou a situação da gripe no mundo antes de fazer o anúncio. No começo deste ano, o balanço mensal de vítimas era 2 mil, nos últimos três meses o número ficou abaixo de 200. ;Estamos entrando na fase pós-pandemia. O novo vírus H1N1 já concluiu seu ciclo. No entanto, a vigilância contínua é extremamente importante;, declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
Prevenção
O vírus deve continuar a ser monitorado. Apesar do fim da pandemia, ele ainda circula pelo mundo e atinge grupos mais vulneráveis ao H1N1, como gestantes, portadores de doenças crônicas e crianças menores de 2 anos. A recomendação da OMS é para que as ações preventivas continuem, principalmente durante o inverno.
De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a campanha de vacinação e as medidas de prevenção contribuíram para amenizar a ação do vírus no Brasil. ;Fizemos um imenso esforço conjunto e conseguimos vacinar, em apenas três meses, 88 milhões de pessoas. Isso nos permite ter todos os índices de gripe em queda e a demanda por atendimento médico por doenças respiratórias está menor que o esperado para esta época do ano;, afirmou o ministro em um comunicado.
O vírus H1N1 foi detectado em abril de 2009 no México e nos Estados Unidos e se espalhou rapidamente pelo mundo. No Brasil, foram registrados 46.100 casos graves e 2.051 óbitos no ano passado. De janeiro a julho deste ano foram identificados 793 casos, com necessidade de internação e 95 mortes. O governo federal gastou cerca de R$ 2,5 bilhões para combater a doença. Visando seguir o exemplo no futuro, a OMS montou um grupo para analisar o esquema de prevenção usado no mundo contra a nova gripe.